Cria de Madureira de 1967, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Sérgio Loroza deu os primeiros passos no meio musical, despretensiosamente, ainda criança, quando passou a integrar o coro da Igreja Santo Sepulcro de Madureira, lugar que o ensinou a deixar a timidez de lado e a se comunicar, mostrando todo o caminho para alcançar um olhar mais sensível, que, para ele, é a matéria-prima do artista.
Foi através da igreja que ele também foi apresentado ao teatro, pelo “ComuniArte”, seu primeiro grupo. Mas, foi no final dos anos 80 que o carioca passou a se dedicar mais à música e entrou para os grupos Coral Grafado e Equale, onde alcançou mais pessoas, ecoando sua voz pela cena underground carioca da época.
Em 1994, Sérgio Loroza se entendeu artista e decidiu viver exclusivamente da arte. Desde então, canalizando sua energia e bom humor no som, Serjão, como é carinhosamente conhecido dentro e fora dos estúdios, já contabiliza mais de 25 anos de carreira, levando o grave da voz cada vez mais longe.
Ao lado de André Potásio, regente do coral Equale, Serjão formou a dupla de soul “Tuins” e, depois, integrou a banda Sindicato Soul, onde deu seu pontapé inicial em sua carreira como ator, após Wolf Maia assisti-lo e convidá-lo para participar do espetáculo “Hilda Furacão” (1998). No ano seguinte, Loroza estreou no grupo Monobloco, que, de 1999 a 2006, potencializou a voz da comunidade em seu trabalho, fazendo um enorme barulho nos carnavais cariocas.
Em paralelo a isso, entre 2006 e 2007, Serjão imergiu no universo do samba, rap e soul para o lançamento de seu primeiro disco autoral, “MBP – Música Brasileira de Pista”, uma analogia ao clássico MPB. Anos depois, em 2013, o cantor lançou seu segundo álbum, “Carpe Diem” e, desde então, vem lançando singles pontuais. Entre os dois pólos, durante a pandemia, a dramaturgia ficou mais fragilizada, enquanto a música e sua maior abrangência pôde ‘segurar mais as pontas’. Assim, Serjão viu uma oportunidade de pôr pra fora a saudade dos dois no reality show “The Masked Singer” (2021), na TV Globo. Mascarado de astronauta, Loroza utilizou do personagem que interpretou no programa para potencializar sua negritude, além de celebrar o bairro em que nasceu, Madureira, através do single “Afronauta”.
Inspirado pela história da criação do Programa Espacial da Zâmbia, o artista multifacetado lançou o single que “levou o primeiro homem preto ao espaço”, trazendo ainda a participação do músico Pretinho da Serrinha, além de ter contado com direção artística de Jonathan Ferr no videoclipe da faixa. Com uma crescente rede de apoio, agora, o cantor se prepara para ampliar os seus parâmetros lançando novos singles e EPs. Entre muitas referências, como Mart’nália, Sandra de Sá, Seu Jorge e toda a classe artística que semeou o que se colhe hoje, Serjão também direciona o olhar aos novos nomes.
Os filhos, Luiza e João Felipe Loroza, acompanham os passos do pai na música e se tornam inspiração ao lado de nomes como Luedji Luna, Gabz, Luccas Carlos e Gilsons.
Serjão Loroza é mais um confirmado para a Grande Final: O Desafio, da Expo Favela Innovation Brasil.